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Herbalismo? Que bicho é esse?

Atualizado: 26 de mar. de 2020

Imagine-se no Antigo Egito. Pense numa cidade, os cidadãos, os males e doenças que acometem essas pessoas. Lá está você, uma sacerdotisa médica. Um familiar seu machucou a perna trabalhando, a perna está cortada.


Você sabe que existe um certo arbusto que cresce firme e forte na paisagem mais árida e que exala um perfume que só permite pensamentos calmos em sua presença. Você confia no conhecimento antigo que te foi passado, a planta cura feridas graves, e você vai até ela, pede permissão, recolhe um pouco da resina que dela escorre.


Em casa, você macera lentamente e muito bem a resina em óleo de cedro, aquecendo suavemente até perceber que o óleo absorveu aroma, cor, propriedades da resina.


Ainda tem um pouco de cera de abelhas e você mistura ao óleo que fez, criando uma pomada. Aplica a pomada na perna ferida já lavada e, da noite para o dia, uma grande melhora é percebida.


Sem você, a perna infeccionaria e levaria seu familiar à morte. Graças ao raríssimo conhecimento que você tem, ele viverá bem por muitos anos.


A importância do Herbalismo? O mundo precisa de herbalistas?


Se todo lar tivesse um(a) herbalista, conheceríamos melhor a natureza e as plantas medicinais. Salvaríamos incontáveis vidas e muitas mais seriam aliviadas de seus sofrimentos.


A ciência e a medicina estudam, há séculos, os componentes moleculares medicinais das plantas. Elas clarificam, ajudam a entender com detalhes. O Herbalismo, por sua vez, existe há mais de 10.000 anos. A ciência engatinha tentando compreender o que uma sacerdotisa egípcia sabia sem duvidar: as plantas são velhas, sábias e muito poderosas.


Quando uma planta aromática sobrevive em uma paisagem, ela desenvolve qualidades para sobreviver. Se nós absorvemos os componentes certos que a planta cria, absorvemos também suas qualidades que nos são terapêuticas.


A planta mencionada, e que é capaz de resistir à aridez do vento, da areia e do sol, de resistir às pragas, resistir sozinha, e cujas sesquiterpênicas moléculas aromáticas se engendram num perfume místico, balsâmico, que acolhe e acalma, é a mirra.


A mirra (aqui, no caso, a Commiphora myrrha) é rica em componentes voláteis que estão presentes no seu óleo essencial e que possuem inúmeras funções em nosso organismo, atuando como antisséptica, analgésica, cicatrizante, sedativa, e muito mais.


Muitos dos princípios ativos das plantas que nos são de grande valor medicinal são lipossolúveis e, assim, podem ser extraídos em óleo vegetal, com a mirra não é diferente.


O Herbalismo é uma medicina ancestral. É uma arte-ciência vivida com respeito, poesia e reverência, num saber ouvir a planta e observa-la e aprender com ela. Herbalistas amam e cuidam da natureza, entendem sua importância e preferem coletar o que precisam sem exagerar, in natura, pois sabem que a planta selvagem é a mais forte.


Conhecer as plantas, suas propriedades, contraindicações, riscos e benefícios, saber extrair essas propriedades, delas preparar fórmulas, saber administrá-las na dose correta, com o veículo correto, da forma correta. Tudo isso é o trabalho do herbalista. Intuição é muito importante, mas com a ciência é possível expandir possibilidades e ganhar maior segurança.


O Herbalismo é milenar, e pode andar de mãos dadas com a ciência e a medicina. Só temos a ganhar com essa união. É o que nós, Raissa e Ronan, Apotecários da Floresta, acreditamos e sonhamos para o mundo. Aromaterapia é isso: Herbalismo, Ciência, Magia.


E você? Vê importância nesse saber ancestral?


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